quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Novas drogas levam Bayer a superar R$ 7 bi em pesquisas

Novas drogas levam Bayer a superar R$ 7 bi em pesquisa
15/12/2010 - Brasil Econômico


A Bayer realizou um investimento recorde de € 3,1 bilhões (R$ 7,09 bilhões ) em pesquisa em 2010, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. E a tendência é manter esse ritmo. “Para o próximo ano, estamos planejando o mesmo nível de recursos”, afirmou o presidente do grupo, o holandês Marijn Dekkers, na apresentação das perspectivas da companhia para o futuro, em Leverkusen, na Alemanha, frisando que o investimento é o maior de uma empresa europeia. O grosso desses recursos será destinado à pesquisas de saúde (67%). “Esse setor está bem abastecido, com mais de 50 projetos em todas as fases clínicas”, disse Dekkers. A maior parte dos recursos vai para projetos na fase III do desenvolvimento clínico, ou seja, estudos comparativos em vários centros de pesquisa, entre eles o Departamento de Pesquisa Clínica da Bayer no Brasil. Entre os medicamentos mais promissores, está o rivaroxaban, ingrediente do anticoagulante Xarelto, já aprovado em mais de cem países para prevenção e tratamento de tromboembolismo (coágulo de sangue nas veias) e agora em estudo para redução de risco de derrame. “Esse medicamento tem um potencial de vendas anual de mais de € 2 bilhões”, acrescentou Wolfgang Plischke, diretor de Inovação, Tecnologia e Meio Ambiente. Outro medicamento promissor é o Riociquat, uma substância administrada por via oral, pesquisada como tratamento potencial para hipertensão arterial pulmonar. A Bayer tem também drogas em estudo para outras graves doenças cardiovasculares, tais como a anemia resultante de problemas renais crônicos e agravamento de insuficiência cardíaca com danos renais ou diabetes. E para o tra-tamento da degeneração macular, doença que causa perda da visão entre os mais velhos, e que deve ser submetida a registro já em 2011.

Obstáculos na Alemanha


Segundo Dekkers, a Bayer também deve investir pesados recursos em pesquisas na área agrícola (25% do total), uma tendência que já vinha se verificando. “Entre 2000 e 2009, essa Divisão da empresa lançou 23 novas substâncias ativas e pretende lançar outras seis até 2012, com potencial de vendas de mais de € 1 bilhão”, disse. O presidente da Bayer citou estudos comnovos fungicidas para cereais e canola, além de outras 70 culturas, e para o tratamento de sementes. Dekkers, que assumiu a presidência mundial da Bayer em outubro, fez críticas aos obstáculos que, segundo ele, a companhia encontra na Alemanha para o desenvolvimento de projetos industriais e inovações, referindo-se especificamente aos produtos transgênicos, como algodão, milho, soja e arroz. “A segurança desse processo está sendo comprovada ao longo de muitos anos de prática”, disse. “No entanto, essa é uma tecnologia que enfrenta grandes obstáculos regulatórios na Europa. As avaliações sobre essa questão deveriam se basear em fatos, não em receios. Infelizmente, vejo que em muitos países a população não é capaz de entender as relações científicas e tecnológicas.” A unidade brasileira da Bayer, a sétima em faturamento no ranking da companhia, deve concluir em 2011 um planejamento que direcionará os novos investimentos. Em janeiro, o brasileiro Theo van der Loo, que desde novembro era responsável pela diretoria de HealthCare, assume a presidência da empresa no país. No ano passado, a Bayer Brasil gerou uma receita de € 380 milhões, 3% a mais que no ano anterior.

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